Para ensinar

Filha de casal semi-analfabeto, neta de um semi-analfabeto-professor, a autora conta:"Certa vez, ouvi de um rapazinho bravo do Curso Técnico em Agropecuária: '... e essa língua me serve pra quê?' Questionava o currículo, a aplicação dos conhecimentos linguísticos no seu futuro trabalho. Eu me via nele, enquanto argumentava: 'no meio do mato... cortando eucalipto... lá não precisa de filosofia, não.' Incomodou-me, deveras, seu desabafo, sobretudo por estar convicta das necessidades do jovem, que iam, como dizia ele, muito além da 'filosofia'. Fruto do desejo de que o Currículo Escolar seja porta de inclusão social para o maior número possível de estudantes, este trabalho pensa e discute a integração curricular com os principais autores da educação, os que a escrevem no dia-a-dia: professores, alunos, servidores..."